RIO – A taxa de desemprego no Brasil caiu de 6,9% no segundo trimestre para 6,4% no terceiro trimestre, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo IBGE. Esse é o segundo menor índice desde o início da série histórica, em 2012, ficando atrás apenas do registrado no quarto trimestre de 2013, que foi de 6,3%.
A expectativa é que o mercado de trabalho continue em alta, mantendo o desemprego em níveis historicamente baixos. O economista Igor Cadilhac, do banco PicPay, prevê um mercado de trabalho “forte e com uma composição saudável”, destacando a recuperação estrutural do emprego no Brasil.
O trimestre registrou um contingente recorde de 103,029 milhões de trabalhadores ocupados, com 1,199 milhão de novos postos de trabalho e uma queda de 541 mil no número de desempregados, agora em 7,001 milhões, o menor desde janeiro de 2015. A taxa de ocupação subiu para 58,4%, maior para o terceiro trimestre desde 2012.
Esse aumento foi registrado em diferentes atividades econômicas, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, relacionando-o ao crescimento do PIB. Segundo Beringuy, a demanda por trabalhadores vem acompanhando o consumo, impulsionando o emprego nas atividades econômicas.
Foram criadas 582 mil vagas formais no setor privado, com um recorde de 38,962 milhões de trabalhadores com carteira assinada, enquanto o setor informal alcançou 39,968 milhões de trabalhadores, 644 mil a mais em um trimestre. Adriana Beringuy destacou que a expansão do emprego ocorre em todas as modalidades de trabalho, formais e informais.
Aumento da massa salarial e estabilidade no rendimento
A massa salarial atingiu um recorde de R$ 327,743 bilhões no terceiro trimestre, alta de 0,8% em relação ao trimestre anterior. No entanto, o rendimento médio dos trabalhadores caiu 0,4% em termos reais, para R$ 3.227. Beringuy acredita que a expansão do trabalho informal, que geralmente oferece rendimentos menores, possa ter contribuído para a leve queda na renda média.
Impacto na renda e política monetária
A renda nominal cresceu 0,4% no trimestre encerrado em setembro, antes de descontar a inflação. Segundo João Savignon, chefe de macroeconomia da Kínitro Capital, o arrefecimento do crescimento dos rendimentos será observado pelo Copom, já que o comportamento dos salários influencia as decisões sobre a taxa de juros diante das preocupações com a inflação nos serviços.